Bom... Acho que sempre esteve claro que parar de embarcar nas plataformas era um objetivo meu. Mas, quando isso aconteceu fiquei um pouco perdida. O que fazer? Mais uma vez teria que recomeçar e isso me dava um medo danado, de tomar a direção errada. De não tomar direção nenhuma. O que eu deveria fazer profissionalmente? Fiquei um tempo em casa (um ano) pensando sobre tudo isso e principalmente sobre o futuro.
Lembro que nesse meio tempo eu li esse livrinho bem curto que se chama "Quem você quer ser?" A autora nos convida a pensar não só sobre o que queremos ser, como sempre nos perguntam desde crianças, mas também em que tipo de pessoa queremos ser, e a nos perguntar isso com frequência, principalmente nas horas em que precisamos tomar certas decisões, mas não somente nelas.
E então eu passei a me perguntar isso. Que curso, que profissão me possibilitaria ser quem eu quero?
Eu gosto de fazer muitas coisas, e eu sempre prometi a mim mesma que não passaria a minha vida fazendo algo que não gosto, mas sempre tive este dilema. O meu trabalho é onde vou passar grande parte da minha vida, consequentimente grande parte de quem serei, e gostaria de pensar que estou fazendo algo de bom e não só algo que gosto. Por exemplo: eu amo decorar festas e já pensei muito seriamente em fazer isso como profissão mas sempre me incomoda o fato de eu imaginar Deus me perguntando: O que você fez com os dons que eu te dei? e eu responder: eu fiz festas. Não que haja nada de errado com isso, por que não há e eu amo decorar essas festas, mas na minha cabeça ela é um pouco egoista e no meu coração eu sinto que essa não tem que ser a minha resposta, não porque Deus não gostaria dela mas por que eu sei que ela não é a única e nem a melhor que eu poderia dar.
Então, eu não me lembro muito bem quando nem onde mas, li em algum lugar que:
"a felicidade se encontra na interseção do que você ama, o que você faz bem, e o que o mundo precisa" e isso ficou comigo de tal forma! Era exatamente o que eu queria ser: Feliz e útil ao mesmo tempo, eu queria fazer parte de um todo, não queria que minha felicidade fosse só pra mim nem que fosse o único alvo da minha vida.
Eu percebi que eu estava com a ordem alterada. A felicidade é consequência. Eu só me sentiria feliz quando sentisse que estava no lugar certo, e não o contrário. E então eu parei de pensar no que me gerava felicidade instantânea e passei a pensar no que eu poderia fazer de bom, no que o mundo gostaria se eu fosse. E pra minha surpresa isso tirou um peso enorme das minhas costas. Existe uma linha muito tênue entre amar a si mesmo e ser prisioneiro de si mesmo. Enquanto eu procurava somente a minha felicidade, eu não a encontrei.
Hoje, a cada aula eu me apaixono mais pelo curso de psicologia, e ainda no terceiro período já me sinto verdadeiramente feliz e tranquila em relação ao futuro como nunca estive antes. Pode ser que as coisas mudem, com o tempo, pode ser que não seja isso afinal de contas. Mas hoje eu estou no lugar certo, fazendo a coisa certa. Meu coração está sossegado.
Eu estou sendo a pessoa que quero ser.